Grande parte dos membros das nossas igrejas não faz praticamente
nada do que Jesus fez, ensinou e nos mandou fazer. E por que não fazem? Por
muitos motivos. Um deles é porque estão perdidos e enredados em tantas
atividades na igreja que não tem tempo para praticar o verdadeiro cristianismo
vivido e ensinado por Jesus. É a igreja de programa (Jeremias 7:4).
Outros estão assoberbados com tanto trabalho secular que sequer sobra tempo
para Deus (Luc 10:41-42). Há ainda aqueles que se sentem incapazes,
despreparados e desanimados para dar continuidade ao que Jesus iniciou. Estes,
quando muito vão à igreja uma vez ou outra, mas sem um comprometimento mais
sério com o Reino de Deus (Luc 19:20-23).
É fato que gostamos de estar na igreja, de louvar, cantar, ter comunhão e até
mesmo contribuir financeiramente com a obra, mas sabemos que não é só isso que
Jesus espera de nós. Como seguidores de Cristo algumas outras coisas precisaram
ser feitas.
Podemos pensar numa série de coisas que Jesus nos mandou fazer e que nós
decidimos trocar por outras mais convenientes. Nós preferimos a comodidade à
obediência ao evangelho. Note bem: Jesus nos mandou visitar os encarcerados.
Temos feito isso? Jesus nos mandou cuidar das viúvas, dos estrangeiros, dos
pobres, dos idosos, dos discriminados, dos novos convertidos, dos enfermos, dos
menos favorecidos. Temos feito isso? Mandou que falássemos d’Ele às pessoas,
que testemunhássemos do seu nome. Temos feito isso? Gastamos tempo com isso?
Por que fazemos tantos cultos e quase não praticamos os ensinamentos do Senhor
Jesus? Porque viemos à igreja e quase não levamos a mensagem do Senhor da
igreja às pessoas perdidas no mundo? Por que tem sido tão difícil ganhar uma
alma para Jesus? Por que temos tanta dificuldade para trazer pessoas não
crentes à igreja? O que nos impede?
O nosso dever é cuidar de pessoas, cuidar de gente e não viver preso a
programas e atividades eclesiásticas que nos afastam cada dia mais dos perdidos
e de uma vida devocional diária salutar e satisfatória. Por isso há tantos
crentes dependentes de igreja e que não tem praticamente nenhuma vida
devocional com Deus. O máximo que eles conseguem fazer, quando muito, é ir ao
templo no domingo à noite, e olhe lá! Quão lamentável isso é!
Estamos transformando a igreja num fim em si mesma. Ela não é um fim, ela é um
meio para promovermos o Reino. Jesus disse que temos que buscar primeiro o
Reino de Deus e a sua justiça (Mat 6:33), mas muitos irmãos estão interpretando
isso como “buscar em primeiro lugar atividades e ocupações na igreja”. Trocamos
o espiritual pelo administrativo; má escolha!
Estamos reduzindo o Reino de Deus e o cristianismo às atividades eclesiásticas.
Não estamos considerando a igreja como um meio que Deus instituiu para ser um
ambiente fértil ao desenvolvimento da vida cristã, da piedade e da capacitação
do crente para nos tornarmos luz num mundo pecaminoso, perdido e triste que
espera a manifestação dos filhos de Deus.
A igreja precisa entender que a vida cristã não se resume em atividades e mais
atividades freneticamente desenvolvidas no domingo. O domingo que deveria ser
um dia de celebração e descanso passa a ser o “dia do cansaço” e da agitação,
como se o cristianismo de sete dias pudesse ser vivido apenas em um dia da
semana.
A igreja de hoje passou a ser um lugar onde valorizamos os estatutos, as
assembleias, os organogramas, jantares e reuniões. Estamos preocupados demais
com essas coisas a ponto de esquecermos as pessoas, motivo pelo qual Jesus deu
a sua vida. Sem dúvida alguma essas coisas são oportunas na vida da igreja, mas
também são meios e não fins. Elas devem ficar em segundo plano!
Se você examinar a vida de Jesus vai perceber que Ele não fazia cultos, não se
submetia a programas, Ele era totalmente guiado pelo Espírito Santo (At 10:38).
E para imitá-Lo não dependemos de templo, de igreja, de denominações e nem de
programas. Jesus espera que pratiquemos as obras iniciadas por Ele. Ele já nos
deu poder e capacitação. Basta que queiramos fazer. Temos feito isso?
Ser cristão não é vir à igreja para praticar um ritual como se fosse uma
"missa”. Ser cristão é viver todos os dias a salvação que Cristo nos dá
fazendo aquelas coisas que Ele ensinou. Temos feito isso? Portanto irmãos,
paremos de assistir e pratiquemos as obras da fé. Vamos fazer isso?
“O CRISTIANISMO MODERNO EM TODA A SUA EXTENSÃO TEM SIDO DEMASIADO PROPENSO A
SUBORDINAR DEUS AO HOMEM. NOSSAS IGREJAS TÊM SIDO MODELADAS DE ACORDO COM O
PADRÃO DE UMA CORPORAÇÃO DE NEGÓCIOS ORGANIZADOS PARA TEREM EFICIÊNCIAS EM SEUS
NEGÓCIOS. A VOZ DE DEUS TEM-SE PERDIDO NO TUMULTO DA MAQUINARIA E NO BARULHO DA
ORGANIZAÇÃO. A IGREJA MODERNA TEM VENDIDO A SUA ALMA POR CAUSA DA EFICIÊNCIA.
VAMOS À IGREJA PARA OUVIR UMA PESSOA “DINÂMICA” QUE DO PÚLPITO ANTES ESTIMULA
OS SEUS IRMÃOS A LEVAR AO FIM UM PROGRAMA EM VEZ DE OUVIR A VOZ DE DEUS
FALANDO-NOS DAS REALIDADES ETERNAS. NOSSOS SEMINÁRIOS TEOLÓGICOS PREPARAM
HOMENS PARA SEREM ADMINISTRADORES DE IGREJA EM VEZ DE PREGADORES DA PALAVRA. OS
APÓSTOLOS DEDICAVAM-SE À ORAÇÃO E A O MINISTÉRIO DA PALAVRA; O MINISTRO MODERNO
DEDICA-SE ÀS REUNIÕES DE COMISSÕES E AOS JANTARES OFERECIDOS NAS IGREJAS.”
É interessante destacar que
essas palavras foram proferidas pelo Pastor americano Dr Walter T. Conner,
conhecido teólogo nascido em 1877 e consagrado ao ministério com 22 anos em
1899, e essas palavras foram registradas na página 236 do seu livro “Evangelho
de Redenção nos anos 40 do século passado.
Sabem o que é impressionante? É que ele parece estar se referindo à prática da
igreja nos dias de hoje.
POR IGREJA BATISTA MEMORIAL EM NOVA IGUAÇU
Pr Laerte Cardoso França.